Domesticação das paisagens amazônicas

RESUMO Na imaginação popular a Amazônia é um bioma natural, o que nega a existência e agência dos Povos Indígenas que chegaram há pelo menos 13 mil anos. Este ensaio demonstra que a Amazônia é uma teia de interações socioecológicas, como resultado da domesticação de paisagens e de populações de espé...

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Main Authors: Charles R. Clement, Maria Julia Ferreira, Mariana Franco Cassino, Juliano Franco de Moraes
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade de São Paulo 2024-11-01
Series:Estudos Avançados
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142024000300055&lng=pt&tlng=pt
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Summary:RESUMO Na imaginação popular a Amazônia é um bioma natural, o que nega a existência e agência dos Povos Indígenas que chegaram há pelo menos 13 mil anos. Este ensaio demonstra que a Amazônia é uma teia de interações socioecológicas, como resultado da domesticação de paisagens e de populações de espécies. As práticas envolvidas na domesticação de paisagens são simples, embora baseadas em conhecimento profundo, e respeitam não humanos. Os Povos Indígenas combinam horticultura e domesticação de paisagens, bem como sedentarismo e mobilidade. Os Mebêngôkre (Kayapó) e Baniwa praticam mais horticultura, enquanto os Nukak e Zo’é são mais móveis, e a domesticação de suas paisagens reflete essas diferenças. Florestas domesticadas produzem alimentos tanto quanto roças e capoeiras, todas levam a manutenção ou regeneração da floresta. Essas práticas sugerem que as sociedades nacional e global podem aprender a produzir alimentos com a floresta em pé, o que contribuiria a mitigar os efeitos do Antropoceno.
ISSN:1806-9592