Os suportes epistemológicos dos movimentos sociais
Sob a ótica das Ciências Sociais, os movimentos sociais são vistos como estudos sociopolíticos que apresentam o propósito de analisá-los no âmbito da ação coletiva. Surgiram como objeto de estudo, simultaneamente, com o advento da própria sociologia. No século XX, a temática passou a ser vista no u...
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| Main Author: | |
|---|---|
| Format: | Article |
| Language: | Portuguese |
| Published: |
Universidade Federal de Pernambuco
2015-04-01
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| Series: | Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais |
| Subjects: | |
| Online Access: | https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revistamseu/article/view/229871 |
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| author | Beatriz Maria Soares Pontes |
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Sob a ótica das Ciências Sociais, os movimentos sociais são vistos como estudos sociopolíticos que apresentam o propósito de analisá-los no âmbito da ação coletiva. Surgiram como objeto de estudo, simultaneamente, com o advento da própria sociologia. No século XX, a temática passou a ser vista no universo dos processos de interação social, dentro da teoria do conflito e da mudança social. Foi denominada abordagem clássica. As doutrinas do interacionismo simbólico norte-americano viram nos movimentos sociais um fator de disfunção da ordem. Essas doutrinas se preocuparam com o entendimento do que seriam os grupos sociais. Nos anos 50 e parte dos 60, do século XX, os estudos na esfera das Ciências Sociais, além do enfoque dos estudos específicos abordaram os movimentos no contexto das mudanças sociais, vendo-os como fontes de conflitos e tensões, fomentadores de revoluções, revoltas e atos considerados anômalos, no contexto dos comportamentos coletivos vigentes. Nas abordagens fundadas no paradigma decorrente da teoria marxista, até os anos 50, o conceito de movimento social foi associado ao de luta de classes. Havia a crença na existência de um sujeito principal daqueles processos: a classe trabalhadora. O advento de novas modalidades de movimentos sociais contribuiu para que novos olhares fossem lançados sobre a problemática. Na Europa, a onda dos chamados novos movimentos sociais, a partir dos anos 60, do século passado, deu origem a um novo paradigma da ação social que foi responsável pelo surgimento de abordagens que elegeram os movimentos sociais como tema central de investigação. Nos anos 80, destacou-se a revisão ocorrida no paradigma da Mobilização de Recursos e o debate por ele travado, através de análises comparativas com o paradigma europeu dos Novos Movimentos Sociais. Em 1988, após um seminário internacional foi registrada uma revisão nos estudos sobre os movimentos sociais, em especial no paradigma norte-americano, com a consolidação da teoria da Mobilização Política. Nos anos 90, foram alterados os quadros sobre os movimentos sociais, tanto do ponto de vista das manifestações concretas da realidade, como da produção teórica. Na América Latina, em especial no Brasil, as mudanças decorrentes da globalização da economia e a institucionalização dos processos gerados no período da redemocratização acarretaram um novo ciclo de movimentos e lutas, menos centrados na questão dos direitos e mais nos mecanismos de exclusão social.
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