ANTITEATRALIDADE E RECONHECIMENTO EM RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS: CAVELL E O ESTATUTO DA REPRESENTAÇÃO NO CINEMA
Pretendemos neste texto analisar as interfaces entre a ontologia do cinema do filósofo Stanley Cavell e as reflexões centrais apresentadas no filme Retrato de uma Jovem em Chamas, em especial no que se refere à relação entre o estatuto da representação no cinema e uma determinada forma de se conceb...
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| Main Authors: | , |
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| Format: | Article |
| Language: | Portuguese |
| Published: |
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
2024-08-01
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| Series: | Kínesis |
| Subjects: | |
| Online Access: | https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/14649 |
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| Summary: | Pretendemos neste texto analisar as interfaces entre a ontologia do cinema do filósofo Stanley Cavell e as reflexões centrais apresentadas no filme Retrato de uma Jovem em Chamas, em especial no que se refere à relação entre o estatuto da representação no cinema e uma determinada forma de se conceber a subjetividade. Com base sobretudo nas reflexões realizadas por Cavell acerca das consequências solipsistas do que seria o “ceticismo moderno” e sobre o percurso de que resultariam a fotografia e o cinema como linguagens fundamentais da sociedade contemporânea, partimos de uma discussão acerca do escopo do processo antiteatral nas artes, argumentando que a natureza do cinema consolida uma forma particular de se conceber o olhar, forma essa que materializa o anseio de vermos sem sermos vistos. Dado esse entendimento, concernente ao atrelamento entre o processo antiteatral e desenvolvimento da imagem cinematográfica, procuramos mostrar como o filme de Céline Sciamma busca oferecer na tela a evidência de que a posição dessa invulnerabilidade do olhar decorre daquilo que Cavell qualifica como a evitação de amor ou a recusa de reconhecimento. Nesse sentido, faz parte da nossa investigação indicar que a forma de olhar criada em Retrato de uma Jovem em Chamas, a partir do amor que se constitui entre as suas personagens principais, é também uma maneira de sustentar a possibilidade de vermos e sermos vistas, e, portanto, um debate sobre a desteatralização da subjetividade e a ruptura com as implicações solipsistas do ceticismo filosófico.
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| ISSN: | 1984-8900 |