O design tecnológico como prática: um olhar para além do instrumentalismo artefactual e da agência meramente humana
O artigo parte da tese de que a criação ou design tecnológico não deve ser vista como uma atividade inteiramente determinada por critérios internos ao desenvolvimento dos artefatos, como se estes pudessem ter somente uma única e mesma forma e função, dependendo apenas de suas propriedades materiais...
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Published: |
Universidade Federal do Ceará
2024-12-01
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author | Helder Buenos Aires de Carvalho |
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O artigo parte da tese de que a criação ou design tecnológico não deve ser vista como uma atividade inteiramente determinada por critérios internos ao desenvolvimento dos artefatos, como se estes pudessem ter somente uma única e mesma forma e função, dependendo apenas de suas propriedades materiais. Como qualquer outra prática humana socialmente estabelecida, a criação ou o design tecnológico é uma ação humana e, como tal, sujeita a avaliações morais e políticas. Para esse propósito, adotamos a perspectiva neoaristotélica de Alasdair MacIntyre e seu conceito de prática, em que a dimensão normativa das práticas não é um dado exterior a elas aplicado, mas constitutivamente interno a partir de um telos que as define como partes ou formas de realização da excelência humana. Nesse sentido, o design tecnológico não é axiologicamente neutro, mas ontologicamente relacionado às determinações sociais e políticas vinculadas às ações humanas e suas diversas possibilidades de dever ser material e simbólico. Assim, é uma prática social portadora de fins e valores internos e externos a ela, no sentido macintyriano, não se compreendendo fora do tecido social do qual faz parte, portanto, carregando consigo elementos éticos e políticos constitutivos que, desconsiderados de sua constituição, obliteram a natureza complexa da tecnologia e suas implicações morais e políticas, desumanizando-a em sua totalidade.
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institution | Kabale University |
issn | 1984-4247 1984-4255 |
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publisher | Universidade Federal do Ceará |
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