Gênero, Dinâmicas de Poder Intrapartidárias e Manterrupting no Legislativo

Resumo O aumento da participação de mulheres como representantes eleitas para o Legislativo faz com que sejam mais frequentes também as interações entre legisladores – homens e mulheres – permeadas por questões de gênero. De acordo com algumas pesquisas, mesmo uma vez eleitas, mulheres detêm menos c...

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Main Authors: Debora Thome, Mauricio Izumi
Format: Article
Language:English
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2024-11-01
Series:Dados: Revista de Ciências Sociais
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582025000200210&lng=pt&tlng=pt
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Summary:Resumo O aumento da participação de mulheres como representantes eleitas para o Legislativo faz com que sejam mais frequentes também as interações entre legisladores – homens e mulheres – permeadas por questões de gênero. De acordo com algumas pesquisas, mesmo uma vez eleitas, mulheres detêm menos capacidade de exercer poder simbólico, sendo limitadas na sua capacidade de apresentar e liderar as agendas (agenda setting). A partir dessa perspectiva, observamos os apartes feitos a quase 70 mil discursos proferidos por senadores e senadoras brasileiros entre 1995 e 2018, para analisar como – e se – dinâmicas de gênero se davam no âmbito dos discursos, com foco nas interrupções. Ao final, concluímos que, no Senado, o manterrupting não acontecia de forma genérica. Mulheres, de forma ampla, diferentemente do que prevê parte da literatura, não são mais interrompidas que homens. Ao mesmo tempo, nossos achados mostram que mulheres líderes são mais interrompidas que homens líderes. Mais que isso: sobretudo por homens integrantes do mesmo partido. Tal dado sugere que, se existem obstáculos quanto ao poder exercido pelas mulheres em plenário, eles se encontram no interior de seus partidos.
ISSN:1678-4588