PARACOCCIDIOIDOMICOSE ANAL: APRESENTAÇÃO INCOMUM DE DOENÇA FÚNGICA

Introdução: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica de maior prevalência na América Latina. É causada por fungos do gênero Paracoccidioides spp. A forma crônica é a de maior prevalência representado de 74-96% dos casos, sendo o pulmão o órgão mais acometido.Lesões anais são raras, acome...

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Main Authors: Roberta Freitas Momenté, Caio de Azevedo Pessanha, Gabriela Leite de Camargo, Clarissa Reis do Valle, João Alberto de Sá Soares Bittencourt, Anna Caryna Cabral, Marcio Neves Boia
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2024-11-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867024007177
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Description
Summary:Introdução: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica de maior prevalência na América Latina. É causada por fungos do gênero Paracoccidioides spp. A forma crônica é a de maior prevalência representado de 74-96% dos casos, sendo o pulmão o órgão mais acometido.Lesões anais são raras, acometendo apenas 1,3 a 2,4% dos casos. Relato de caso: Paciente de 59 anos, sexo masculino, pardo, casado, natural do Rio de Janeiro e residente da área rural de Maricá-RJ, trabalhador de lavoura, refere contato com diversos animais, sem nenhum relato de acidente. Mora em região com água de poço, higiene precária com utilização de folhas de árvore para higienização anal. Histórico de lesão perianal com evolução aproximada de três anos, associada a dor intensa ao evacuar e caminhar. Nega sangramento ou drenagem de secreção no local da lesão, nega mudança de hábitos intestinais. Presença de múltiplas lesões planas em tronco. À inspeção anal visualizou-se lesão em quadrante lateral direito úlcerada e rosada, com fundo limpo. Exame digital com esfíncter hipertônico. Foi realizada videocolonoscopia que demonstrou lesão ulcerada perianal e diverticulose de cólon esquerdo não complicada. Foi realizada biópsia da lesão, cujo resultado microscópico foi o de quadro morfológico compatível com paracoccidioidomicose associada a hiperplasia escamosa pseudoepiteliomatosa. As colorações pelo Grocott e PAS revelaram elementos redondos de tamanhos variados e figuras de gemulação múltipla. Realizada ressonância de pelve com contraste cujo resultado foi área de marcado sinal hipointenso, póstero lateral distal no canal anal à direita, medindo cerca de 2,6 cm no maior eixo transverso. Nota-se pequena e discreta imagem linear, também hipointensa inferiormente a esta área, estendo-se até a pele da prega interglútea deste lado não se podendo afastar trajeto fistuloso com atividade inflamatória. Paciente encontra-se atualmente em uso de sulfametoxazol /trimetoprima na dose de 800/160mg de 8/8h no décimo mês de tratamento com previsão de 12 meses. Melhora importante da lesão e cessação da dor. Comentários: Lesões anais por paraccocidioidomicose são raras, sendo descritas em 1,3 a 2,4% dos casos. Sua patogênese não está claramente estabelecida, podendo ser secundária à doença disseminada ou primária. No caso demonstra ocorrência de PCM em canal anal que simula doença neoplásica, uma apresentação rara, mesmo em casos de regiões endêmicas. Palavras-chave: Paracoccidioidomicose, Lesão anal, doença fúngica. Conflitos de interesse: Não houve conflitos de interesse. Ética e financiamentos: Não houve conflitos de interesse.
ISSN:1413-8670