Breve introdução à Filosofia do Acaso

A filosofia sempre parte da evidência de um fato: o fato que é algo e não nada, que o mundo tem ordem, que fenómenos aparecem para mim, que sou consciente de mim mesmo, que sujeitos comunicam entre si, que sujeitos têm consciência de obrigações uns aos outros, e muito mais. A respeito de tais evidê...

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Bibliographic Details
Main Author: Konrad Utz
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Ceará 2025-04-01
Series:Argumentos
Subjects:
Online Access:http://www.periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/94718
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Description
Summary:A filosofia sempre parte da evidência de um fato: o fato que é algo e não nada, que o mundo tem ordem, que fenómenos aparecem para mim, que sou consciente de mim mesmo, que sujeitos comunicam entre si, que sujeitos têm consciência de obrigações uns aos outros, e muito mais. A respeito de tais evidências primárias, a filosofia, desde seus inícios, busca responder duas questões fundamentais, que já foram formuladas por Aristóteles. Diante do “é isso!” do fático, ela pergunta: “o que é isso?”, e ela pergunta: “por que é isso?”. É fácil perceber que ambas as perguntas levam a uma aporia quando são postas em sentido global, em busca de uma resposta universal e definitiva. Isso já foi observado muitas vezes. O que falta e triar a consequência destas aporias, que é: tudo é ocorrer ou “eventuar” incompletamente determinado, ou, em outras palavras, originar condicionado, ou, numa única palavra, acaso. A partir daí, outras perguntas como aquela do ser, da consciência, do saber, do agir, da moralidade e da intersubjetividade se resolvem, na elaboração de um projeto filosófico que pode ser chamado “Filosofia do acaso” ou também “do originar condicionado”. O presente artigo desenvolve dois argumentos iniciais deste projeto, além de esboçar algumas de suas consequências teóricas.
ISSN:1984-4247
1984-4255