AS FILHAS DE SALFAAD (Nm 27,1-11): DA TRADIÇÃO ORAL FEMININA À REDAÇÃO FINAL

Procura-se aqui mostrar como uma experiência conflitual surgida no deserto, foi contada, oralmente, por séculos, tornando-se um paradigma para os redatores finais do Livro dos Números nos séc. V-IV a.C. que o ressignificou, por duas vezes, em narrativas e em uma em genealogia (tōləḏōṯ). Trata-se da...

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Bibliographic Details
Main Author: Joel Antônio Ferreira
Format: Article
Language:deu
Published: Pontifícia Universidade Católica de Goiás 2025-01-01
Series:Caminhos
Subjects:
Online Access:https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/caminhos/article/view/14815
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Description
Summary:Procura-se aqui mostrar como uma experiência conflitual surgida no deserto, foi contada, oralmente, por séculos, tornando-se um paradigma para os redatores finais do Livro dos Números nos séc. V-IV a.C. que o ressignificou, por duas vezes, em narrativas e em uma em genealogia (tōləḏōṯ). Trata-se da vida de cinco irmãs que, ao perderem o seu pai (Salfaad), vão até à comunidade, aos líderes das tribos, ao sacerdote Eleazar e a Moisés, exigirem o direito da herança (naḥalah) da terra que só existia para os filhos masculinos. Diante da incompetência das autoridades, Moisés leva o caso conflitual a Yahweh que responde que as filhas de Salfaad tinham razão e que elas deveriam receber a propriedade ('ahutzah). Essa narrativa (séc. XII a.C.) tornou-se um ícone para os tempos dos sacerdotes/escribas/teólogos que precisavam de um fato jurídico/social/teológico que desse respaldo às reformas do novo judaísmo dos séc. V-IV a.C. Ver-se-á, com isso, que as memórias e a identidade são bastante próximas.
ISSN:1983-778X