Relação Causal entre Tempo de Exibição de Televisão, Doenças Cardiovasculares e Mecanismos Potenciais

Resumo Fundamento: Como comportamento sedentário predominante no lazer, foi documentado que assistir televisão aumenta as doenças cardiovasculares em estudos observacionais, mas a relação causal e os mecanismos potenciais ainda precisam ser determinados. Objetivos: Investigar sistematicamente a re...

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Main Authors: Mengjin Hu, Boyu Li, Jinggang Xia, Chunlin Yin, Yuejin Yang
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) 2024-10-01
Series:Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2024001000304&lng=pt&tlng=pt
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description Resumo Fundamento: Como comportamento sedentário predominante no lazer, foi documentado que assistir televisão aumenta as doenças cardiovasculares em estudos observacionais, mas a relação causal e os mecanismos potenciais ainda precisam ser determinados. Objetivos: Investigar sistematicamente a relação causal entre o tempo de exibição de televisão, doenças cardiovasculares e mecanismos potenciais. Métodos: Realizamos uma análise de randomização mendeliana (RM) de duas amostras para estimar associações causais com doenças cardiovasculares e biomarcadores de risco cardiometabólico. O método aleatório ponderado pela variância inversa foi utilizado como estimativa primária. Para contabilizar múltiplas comparações, um valor P de correção de Bonferroni para doenças cardiovasculares e biomarcadores de risco cardiometabólico foi 0,0045 e 0,0024, respectivamente. Resultados: O tempo de visualização de televisão geneticamente instrumentado foi associado a riscos mais elevados de diabetes tipo 2 (odd ratio [OR]=2,51; intervalo de confiança [IC] de 95%: 1,89-3,33; p<0,00001), hipertensão (OR=2,11; IC 95%: 1,67-2,66; p<0,00001), doença coronariana (OR=1,53; IC 95%: 1,23-1,91; p=0,00015) e insuficiência cardíaca (OR=1,42; IC 95%: 1,18-1,70; p=0,00017). Evidências sugestivas de associações prejudiciais também foram observadas para doença arterial periférica (OR=1,58; IC 95%: 1,07-2,34; p=0,02253) e acidente vascular cerebral isquêmico (OR=1,34; IC 95%: 1,10-1,63; p=0,00328). Biomarcadores de risco cardiometabólico, incluindo interleucina 10, leptina, adiposo visceral, adiposo subcutâneo abdominal, gordura hepática, índice de massa corporal, circunferência da cintura, triglicerídeos e proteína C reativa, estavam aumentados. A pressão arterial sistólica, a frequência cardíaca, a lipoproteína de baixa densidade e o colesterol total foram potencialmente aumentados, enquanto a lipoproteína de alta densidade diminuiu. No entanto, o tempo de visualização da televisão não teve efeito sobre o tromboembolismo venoso ou a embolia pulmonar. Conclusão: O tempo de exibição de televisão foi causalmente associado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, o que pode ser explicado por mecanismos metabólicos e inflamatórios.
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